sexta-feira, 22 de julho de 2016

Editorial: Integridade Profissional e a sociedade atual

    O atual cenário político brasileiro nos mostra que "integridade" é um valor pouco praticado por muitos daqueles que escolhemos para nos  representar no congresso. Mas, não é só no mundo político que percebemos pessoas agirem sem integridade, mas também dentro das organizações existem profissionais que demonstram usar-se daquele "jeitinho" para conseguir essa ou aquela permissão ou documentação. Nós, Secretários Executivos, somos algumas vezes assediados a agir fora da nossa conduta integra, mas não devemos "cair nessa armadilha", pois podemos estar abrindo mão de tudo que construímos ao longo da nossa carreira, por causa de uma atitude sem pensar ou que "ninguém iria ficar sabendo".
    Abaixo vamos acompanhar um texto que trata desse tema e da importância de se manter integro, mesmo quando a sociedade tentar te induzir ao contrário. Foi escrito por Joan Fontrodona , Professor de ética nos negócios e diretor acadêmico do Center for Business in Society e Pablo Sanz, assistente de pesquisa no Departamento de Ética nos Negócios, ambos do Iese Business School, da Espanha: 

"Basta dar uma olhada nos jornais para nos depararmos com condutas eticamente questionáveis no mundo dos negócios. Não há setor que fuja dessa realidade. E a notícia pode ter origem em qualquer país, inclusive naqueles que tomamos por exemplares. 

Porém, seria um erro pensar que a ética é uma questão individual. O ser humano vive e atua em sociedade. Portanto, não podemos deixar de considerar o impacto das nossas decisões nos outros nem a influência dos outros em cada um de nós. O que podemos fazer a respeito disso? A melhor maneira de evitar condutas imorais não é tanto uma questão de marcar os limites do não ético, mas sim fomentar um comportamento íntegro. A integridade se compõe de três dimensões:

1. Integridade no que pensamos

Chamamos de oportunista alguém que não se mantém fiel a uns valores e que atua segundo as vantagens de cada ocasião. Tendo, e mantendo, princípios e valores morais, asseguramos um entorno de liberdade – tanto do ponto de vista individual, porque evita que percamos de vista o que consideramos importante, quanto do ponto de vista social, porque nos liberam da arbitrariedade de quem ostenta o poder em cada momento. Quando não nos deixamos guiar pela força da razão, acabamos sucumbindo à razão da força.

2. Integridade no que dizemos

Uma condição necessária à integridade é a veracidade. Dificilmente diremos que alguém é íntegro se não diz as coisas como são ou se expressa coisas diferentes das que pensa. A falta de veracidade prejudica profundamente a confiança, algo que se deve ter muito presente na comunicação interna e externa da empresa. De toda forma, a veracidade não significa que todos devam saber tudo. Há ocasiões em que a integridade obriga a calar, por exemplo, como acontece com o “sigilo profissional”.

3. Integridade no que fazemos

Uma pessoa íntegra cumpre o que anuncia, sem fissuras entre suas palavras e seus atos. É o oposto do fingimento, que consiste em dizer uma coisa e fazer outra, tanto por uma vontade débil como por uma intenção viciada (prometeu-se algo que não se pensava cumprir). Um aspecto da integridade é a coerência entre o que pensamos e o que fazemos. Há uma contínua retroalimentação entre essas duas ordens, de tal forma que, como disse o filósofo Gabriel Marcel, 'se não vive como pensa, acaba pensando como vive'." 

O importante é não deixar de ser quem somos e agir da forma correta, mesmo que sejamos rotulados e julgados pelos que agem sem integridade. 

Até mais!

A Autora

Fonte: Texto publicado em 24/06/2016, para revista Você RH: http://vocerh.uol.com.br/noticias/acervo/as-dimensoes-da-integridade.phtml#.V5ICEPkrLDc. Acesso em 22/07/2016.