terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Editorial: A oportunidade da Crise

     Os tempos atuais sugerem medidas emergenciais dentro das organizações. Mas, como o profissional se comporta diante dessa realidade? Bom, mesmo o mais qualificado dos profissionais fica inseguro diante de um cenário de incertezas. Mas, nesse momento também precisamos saber nos posicionar. Não podemos nos deixar “apavorar” com o mercado recessivo. O texto abaixo traz uma reflexão sobre esse tema:

“Um cenário econômico desfavorável pode ser traiçoeiro quando o tema é o recrutamento de profissionais qualificados. Ao mesmo tempo em que o momento sugere uma oportunidade para as empresas encontrarem mais talentos, uma vez que existem mais profissionais disponíveis, há a ilusão de que essa tarefa seja mais fácil.

O processo de desligamento de um profissional nunca é fácil. Ainda mais em cenários adversos. Se a companhia passa por dificuldades é preciso um critério para realizar o corte. Em geral, a primeira análise feita é em relação à performance profissional. Os primeiros a perderem seus postos são aqueles que estão abaixo do rendimento esperado. À medida em que a situação se torna mais crítica, a empresa se vê obrigada a abrir mão também de bons profissionais, principalmente se estiverem com salários muito elevados para o momento de mercado. Estes, porém, costumam estar em menor número do que os da primeira leva.


O desafio de recrutar se torna ainda mais complexo. Há maior oferta de profissionais, porém com características diversas, ou seja, desde perfis de baixa performance a executivos de alta qualificações com salários elevados e fora da realidade do cenário econômico atual. Dessa forma, quando uma vaga é aberta, os recrutadores recebem centenas de currículos que, infelizmente, não atendem à demanda.

Curiosamente, apesar da dificuldade de selecionar o perfil ideal em meio a elevada oferta de candidatos, é durante momentos econômicos como o atual que residem as melhores oportunidades para as empresas contratem profissionais qualificados por salários mais enxutos. Quando o mercado está desaquecido o poder de negociação passa para o lado das companhias, já que não há tantas vagas no mercado.

Em algumas áreas como finanças e contabilidade, que sofre maior pressão por redução de custos e resultados mais apurados, além da necessidade de poder absorver maior volume de trabalho com a menor equipe possível, é insustentável manter profissionais de baixa performance. 

Enquanto o mercado estiver turbulento, as empresas que souberem reavaliar as equipes da área de custos, fiscais, auditoria, cobrança e crédito, subindo a régua do desempenho com substituições estratégicas ou a partir da contratação de talentos com salários mais condizentes com o cenário, seja em posições permanentes ou por projetos especializados, estarão mais preparadas e competitivas para quando os ventos da economia soprarem a favor. Aliás, quando o mercado aquecer, os bons profissionais voltam a ter os seus salários valorizados e o custo para atraí-los também aumenta.

Dessa maneira, é preciso olhar para os processos de recrutamento como algo estratégico para a companhia. É necessária dedicação para que ele seja realmente bem feito e eficiente para atrair os profissionais ideais para a vaga. Independente do momento do mercado, o ponto de atenção está na agilidade, sem descuidar da qualidade, para não perder profissionais talentosos para outras oportunidades. Não há dúvidas, no entanto, de que agora é o melhor momento para reforçar as equipes com mão de obra qualificada e se preparar para os desafios futuros. 

*Este artigo é de autoria de Alexandre Attauah, gerente sênior da Robert Half” 

Abraços!

A Autora


Fonte: Texto publicado na Revista Você RH, Ed. Jan/2017: http://vocerh.uol.com.br/noticias/acervo/a-ilusao-e-a-oportunidade-da-crise.phtml Acesso em 14/02/2017.