Os tempos atuais sugerem medidas
emergenciais dentro das organizações. Mas, como o profissional se comporta
diante dessa realidade? Bom, mesmo o mais qualificado dos profissionais fica
inseguro diante de um cenário de incertezas. Mas, nesse momento também
precisamos saber nos posicionar. Não podemos nos deixar “apavorar” com o
mercado recessivo. O texto abaixo traz uma reflexão sobre esse tema:
“Um cenário
econômico desfavorável pode ser traiçoeiro quando o tema é o recrutamento de
profissionais qualificados. Ao mesmo tempo em que o momento sugere uma
oportunidade para as empresas encontrarem mais talentos, uma vez que existem
mais profissionais disponíveis, há a ilusão de que essa tarefa seja mais fácil.
O processo de
desligamento de um profissional nunca é fácil. Ainda mais em cenários adversos.
Se a companhia passa por dificuldades é preciso um critério para realizar o
corte. Em geral, a primeira análise feita é em relação à performance
profissional. Os primeiros a perderem seus postos são aqueles que estão abaixo
do rendimento esperado. À medida em que a situação se torna mais crítica, a
empresa se vê obrigada a abrir mão também de bons profissionais, principalmente
se estiverem com salários muito elevados para o momento de mercado. Estes,
porém, costumam estar em menor número do que os da primeira leva.
O desafio de
recrutar se torna ainda mais complexo. Há maior oferta de profissionais, porém
com características diversas, ou seja, desde perfis de baixa performance a
executivos de alta qualificações com salários elevados e fora da realidade do
cenário econômico atual. Dessa forma, quando uma vaga é aberta, os recrutadores
recebem centenas de currículos que, infelizmente, não atendem à demanda.
Curiosamente,
apesar da dificuldade de selecionar o perfil ideal em meio a elevada oferta de
candidatos, é durante momentos econômicos como o atual que residem as melhores
oportunidades para as empresas contratem profissionais qualificados por
salários mais enxutos. Quando o mercado está desaquecido o poder de negociação
passa para o lado das companhias, já que não há tantas vagas no mercado.
Em algumas áreas
como finanças e contabilidade, que sofre maior pressão por redução de custos e
resultados mais apurados, além da necessidade de poder absorver maior volume de
trabalho com a menor equipe possível, é insustentável manter profissionais de
baixa performance.
Enquanto o mercado
estiver turbulento, as empresas que souberem reavaliar as equipes da área de
custos, fiscais, auditoria, cobrança e crédito, subindo a régua do desempenho
com substituições estratégicas ou a partir da contratação de talentos com
salários mais condizentes com o cenário, seja em posições permanentes ou por
projetos especializados, estarão mais preparadas e competitivas para quando os
ventos da economia soprarem a favor. Aliás, quando o mercado aquecer, os bons
profissionais voltam a ter os seus salários valorizados e o custo para
atraí-los também aumenta.
Dessa maneira, é
preciso olhar para os processos de recrutamento como algo estratégico para a
companhia. É necessária dedicação para que ele seja realmente bem feito e
eficiente para atrair os profissionais ideais para a vaga. Independente do
momento do mercado, o ponto de atenção está na agilidade, sem descuidar da
qualidade, para não perder profissionais talentosos para outras oportunidades.
Não há dúvidas, no entanto, de que agora é o melhor momento para reforçar as
equipes com mão de obra qualificada e se preparar para os desafios
futuros.
*Este
artigo é de autoria de Alexandre Attauah, gerente sênior da Robert Half”
Abraços!
A Autora
Fonte: Texto publicado na Revista Você RH, Ed. Jan/2017: http://vocerh.uol.com.br/noticias/acervo/a-ilusao-e-a-oportunidade-da-crise.phtml
Acesso em 14/02/2017.
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