Mas, o que realmente sabemos sobre a maior das atitudes a serem tomadas nesse sentido? O "compliance" vem como uma nova meta das empresas que querem assumir essa responsabilidade de fiscalizaçãoem prol de uma melhor visibilidade ética e competitividade.
Abaixo segue um texto da revista Você RH, a respeito dessa nova prática:
"Em tempos de avalanche de escândalos de corrupção de um lado e de movimentos e legislação anticorrupção de outro, a palavra compliance tem ganhado cada vez mais visibilidade no país, notadamente dentro das instituições públicas e privadas que buscam manter uma boa imagem e reputação inquestionável perante seus funcionários, stakeholders e potenciais parceiros de negócios. A explicação para o crescente investimento das empresas em programas efetivos de compliance é simples, e pode ser resumida em três palavras: confiança, credibilidade e diferencial.
Investir em
programas de compliance hoje significa garantir uma espécie de “selo de ética”.
As corporações que estão alinhadas com esse novo pensamento acabam por ter
certa vantagem sobre outras, justamente porque o compliance assegura a elas um
incremento ao que podemos chamar de “benefício reputacional”. Em resumo, é mais
seguro trabalhar – diretamente ou por meio do fornecimento de produtos e
serviços e parcerias, entre outros – com empresas que tenham compromisso com a
ética e a lei, cujo corpo de funcionários e dirigentes compreenda a importância
de cumprir as normas e combater atos ilícitos e ilegais.
A exemplo do
que já ocorre há alguns anos com as empresas americanas e britânicas – que
estão sujeitas a leis específicas antissuborno, o Foreign Corrupt Practices Act
(FCPA) e o UK Bribery Act, respectivamente –, as instituições brasileiras, para
alavancarem seus negócios dentro e fora do país, devem seguir rigorosamente as
previsões da legislação atual. Caso contrário, correm o risco de terem suas
imagens e reputações deterioradas, bem como de serem esquecidas, ou, em um
cenário pior, de serem lembradas por atos de corrupção, fraudes e
irregularidades graves.
Com o
advento, no Brasil, da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013) e do Decreto
Regulamentador nº 8.420/2015 – que passaram a prever a responsabilização das
empresas de forma objetiva pela prática de atos lesivos à Administração Pública
–, governos, multinacionais e grandes corporações têm passado a exigir o selo
de ética do compliance para firmar parcerias com as empresas brasileiras. Esse
diferencial também adquire relevância diante da necessidade de comprovação da
aplicação de mecanismos de controle interno exigida por algumas estatais, como
o BNDES, para a concessão de financiamentos.
Na seara
financeira, sabe-se que aproximadamente 6% do faturamento bruto anual das
empresas privadas são perdidos em virtude de fraudes e irregularidades
internas. Esse cenário pode ser revertido com a adoção de um programa efetivo
de compliance, que, ao estabelecer políticas e normas claras em prol de uma
cultura de integridade, passa a exigir de toda a equipe da instituição a
obrigação de se compreender o que é permitido e o que não é. Os funcionários e
dirigentes acabam por zelar pelo seu trabalho, incorporando práticas honestas e
éticas e contribuindo para avanços na gestão, prevenção de fraudes e
irregularidades, economia interna e o consequente sucesso corporativo.
Implementar
programas de compliance hoje é mais do que um requisito para se firmar no
mercado, por isso, diversas facilidades estão sendo oferecidas às instituições que
buscam ter o esse selo de ética. Empresas especializadas na área já oferecem
cursos on-line para treinamento de funcionários, prestadores de serviço e
dirigentes de corporações, bem como para formação de compliance officer. Em
diversos casos, não é preciso investir muito dinheiro para possuir tal
diferencial.
Não é mais
aceitável trabalhar com instituições que não invistam em ações internas de
promoção da cultura de integridade, de ataque a práticas fraudulentas e ilegais
e de valorização da imagem empresarial. Agir em sintonia com a lei e com as
normas institucionais se tornou regra nos dias de hoje. É por isso que o
compliance tem tudo a ver com a reputação das empresas.
Até mais!
A Autora
Fonte: Artigo publicado na revista Você RH, Ed. Março 2017: http://exame.abril.com.br/negocios/o-que-o-compliance-tem-a-ver-com-a-reputacao-das-empresas/. Acesso em 24/04/2017.
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