sábado, 22 de fevereiro de 2014

Editorial: Como saber se expressar sem prejuízo para sua imagem profissional

Saber se comunicar é algo muito importante para o profissional de Secretariado Executivo. E existem momentos para falar de determinados assuntos e existem assuntos que devem ser evitados no ambiente profissional.
O cenário atual do mercado de trabalho incentiva os profissionais a serem verdadeiros, autênticos, pois isso passa confiança para líderes e liderados....mas, como adequar a conversa ao ambiente certo?
Uma pesquisa publicada na revista Você S/A, Editora Abril, traz algumas dicas de como saber se expressar sem passar uma imagem profissional ruim:

"Nos últimos anos, as empresas perceberam que é preciso respeitar a individualidade do profissional, pois as pessoas querem ser elas mesmas no trabalho.
A ideia em voga hoje é que um ambiente saudável permite conversas francas e respeito à opinião do outro. Pesquisas em comportamento indicam que revelar características pessoais, crenças e emoções ajuda a estabelecer vínculos de confiança.
'Profissionais que demonstram autenticidade inspiram confiança e contribuem para o trabalho em equipe', diz lisa Rosh, professora assistente de gestão na escola Sy Syms de administração, da Universidade Yeshiva, em Nova York, que vem estudando a autenticidade no ambiente corporativo.
Apesar da maior abertura, o ambiente de trabalho ainda tem resquícios do passado de ser um lugar avesso a exibições de pessoalidade. Cria-se assim uma confusão: a pessoa quer falar o que pensa e é estimulada a ser autêntica, mas a mesma empresa que incentiva formalmente também reprime tacitamente demonstrações básicas de humanidade.
Qual será a medida certa? Segundo a professora lisa e sua colega Lynn R. Offermann, professora de ciências organizacionais e comunicação da Universidade de Washington, falar demais a respeito de si mesmo pode prejudicar o profissional. A constatação veio de mais de cinco anos de estudo sobre liderança, formação de equipes e habilidades de comunicação.
O prejuízo ocorre quando o profissional revela demais questões íntimas e demonstra sentimentos extremos, como a ira. Segundo Lisa, os profissionais perdem a noção de sinceridade por duas razões.
'Eles não conhecem seus pontos fortes e fracos e não sabem expor ideias adequadamente', diz Lisa. A incapacidade de encontrar essa medida pode trazer consequências para o profissional, que passa a ser visto como uma pessoa impulsiva e pouco confiável. "Ela será a última pessoa que alguém vai procurar para contar algo pelo medo de ter sua história divulgada nos corredores da empresa no dia seguinte", diz Lisa.
É importante ter cuidado ao revelar fatos pessoais. O limite para contar histórias pessoais está relacionado ao cargo que a pessoa ocupa na empresa. Segundo a coach Fattima Motta, sócio-diretora da F&m, de São Paulo, o profissional deve ficar atento para identificar os limites entre trabalho e vida pessoal e distinguir colegas de amigos.
'É preciso ter consciência desses dois papéis', diz. Paulo Schiavon, de 31 anos, diretor de mídia e business intelligence da Iprospect, empresa de marketing digital de São Paulo, costuma abordar questões particulares como forma de aproximar os funcionários. 'Falo de minha família, de como comecei a trabalhar e das dificuldades que já passei', diz Paulo. 'Isso ajuda a motivar meus funcionários e mostrar que sou parecido com eles', afirma.
Segundo paulo, a questão é não confundir autenticidade com ingenuidade. "Ser verdadeiro não signifca falar tudo o que pensa e para qualquer pessoa. Tem de ter filtro", diz. Antes de compartilhar questões pessoais, pergunte se a informação ajudará as pessoas a entender melhor seu pensamento e sua maneira de agir.

- A hora e lugar certos

Outro ponto importante é o lugar. Há empresas abertas e há aquelas em que será preciso observar a intimidade que os funcionários costumam revelar para poder se situar. Geralmente, nas companhias maiores, há mais regras e menos espaço para conversas abertas e pessoais. Mas isso não quer dizer que o profissional deva inventar um personagem de si mesmo para conviver no trabalho.
'Não exagere na impessoalidade nem invente história', afirma Lisa. Segundo ela, isso pode parecer óbvio, mas há muitos casos de executivos que inventam situações ou mudam totalmente de jeito para se ajustar à empresa ou a alguma situação. O importante é entender o ambiente e as pessoas que trabalham lá.
Algumas características negativas, como agressividade, nervosismo e ansiedade devem ser minimizadas no trabalho. 'Se é uma pessoa explosiva em casa, não pode ser assim no trabalho. Isso pode gerar demissão e atrapalhar o trabalho em equipe', afirma Adriana.
 Observar o perfil das pessoas com quem você convive também é essencial. Segundo o psiquiatra Carlos Eduardo Carrion, de São Paulo, se estiver lidando com pessoas muito invejosas ou competitivas, compartilhar pensamentos e experiências no escritório pode ser prejudicial.
'Elas podem usar isso contra você em outra oportunidade', afirma. Seja qual for sua personalidade, o segredo está no equilíbrio. É possível se expressar de forma verdadeira e mais próxima de sua personalidade, mas sem se esquecer de que o ambiente corporativo tem regras.
Quando a experiência pessoal é um exemplo que ajuda a melhorar uma situação, dividi-la vale a pena. Se não for esse o caso, guarde a história para a hora do café ou o almoço com os amigos. Seja você mesmo, mas com cautela."

Até mais!

A Autora

Fonte: Caroline Marino, para Você S/A, ed. Fevereiro/2014. Publicado em: http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/188/noticias/a-dose-certa-de-informacao?page=2.  Acesso em 21/02/2014.

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