Em nosso cotidiano nos deparamos com algumas situações que em muito se parecem com os "sete pecados capitais". Mesmo estando atentos ao nosso comportamento, estamos sujeitos a praticar algum deles. Um artigo publicado por Cláudia Gasparini na edição de Julho/2014 da revista Você S/A explica como pode ocorrer esse comportamento no mundo empresarial:
" 'Onde há interação entre pessoas, aparecem vícios e virtudes. Nenhum ambiente de trabalho é exceção a essa regra.' - Essa é a opinião de Irene Azevedo, diretora de negócios da LHH | DBM. Para ela, os relacionamentos profissionais sofrem com as mesmas falhas humanas resumidas nos 7 pecados capitais da Igreja Católica.
Gula, luxúria, preguiça, inveja, ira, soberba e avareza são conhecidas como os nossos principais desvios da conduta desde o século 13, quando são Tomás de Aquino registrou a famosa compilação na obra "Suma Teológica".
Para Irene, a clássica lista nasceu de uma reflexão profunda sobre o comportamento humano - independentemente da conotação de pecado religioso.
“São deficiências universais e emblemáticas, que se aplicam a qualquer ambiente, inclusive o profissional”, opina a executiva.
Se, por um lado, essas falhas pertencem à natureza humana, por outro, a configuração atual do mercado de trabalho acentua nossas disposições negativas:
'As empresas estimulam o nosso lado mais egoísta e individualista ao não premiar suficientemente as conquistas coletivas, por exemplo', explica Irene.
A seguir, reunimos algumas traduções possíveis dos 7 famosos vícios para o universo do trabalho. Confira:
Inveja
'A maioria de nós é competitiva em alguma medida, mas isso pode passar dos limites', afirma Irene. Essa disposição humana pode ser muito estimulada no contexto profissional, em que a concorrência cumpre um papel central para a lógica dos resultados.
O sentimento pode levar profissionais de destaque a ser alvo da hostilidade de seus colegas. 'É comum ver pessoas que, por inveja, criticam e até boicotam quem incomoda', afirma Sandra Oliveira, diretora na Dale Carnegie de São Paulo.
Soberba
De acordo com Irene, a vaidade é outra 'praga' no mundo corporativo. 'A sensação de poder no trabalho muitas vezes torna as pessoas arrogantes', afirma a executiva.
Esse orgulho desmedido pode criar uma bolha em volta do indivíduo. 'Cada um só está interessado em si mesmo e nos seus próprios problemas, o que asfixia a comunicação e cria células isoladas no escritório', diz Sandra.
Ira
A agressividade também aparece frequentemente no mundo do trabalho, intensificada pelo estresse e pela pressão por resultados. 'Infelizmente, brigas, insultos e xingamentos não são raras em ambientes corporativos', diz Irene.
Segundo Sandra, a hostilidade também se manifesta mais facilmente com a internet. 'Usando o escudo de um email, por exemplo, as pessoas se sentem muito mais corajosas para lançar ofensas aos outros', explica.
Avareza
O apego exagerado ao dinheiro também é muito presente no mundo do trabalho. Segundo Irene, é natural o desejo de progredir materialmente. Porém, o objetivo de acumular riquezas não pode ser perseguido a qualquer custo.
'É quando a ambição vira ganância', diz a executiva. Visando a uma promoção ou aumento de salário, por exemplo, o profissional pode prejudicar os demais e atropelar todos os seus princípios.
Gula
A vontade excessiva de comida pode ser traduzida para o universo do trabalho como uma necessidade constante de "abocanhar" o que está ao redor. 'O vício da gula aparece no profissional que quer tudo o que é do colega, a tarefa, o cargo, o salário, o status', diz Irene.
Segundo a executiva, esse “guloso” do trabalho cobiça o espaço do outro, seja para obter mais reconhecimento do chefe, seja para simplesmente alimentar sua vaidade.
Luxúria
Para Irene, existem muitas metáforas possíveis para o desejo sexual excessivo no mundo profissional. 'A busca pelo prazer individual e a desatenção às necessidades dos colegas são atitudes que podem aparecer no escritório', diz ela.
É o caso de profissionais que põem a sua própria satisfação em primeiro lugar, em detrimento de qualquer consciência de equipe. Aqui estão incluídos os comportamentos egoístas, indelicados e espaçosos do dia a dia corporativo.
Preguiça
'O mundo corporativo está cheio de procrastinadores, que não pensam no impacto dos seus atrasos para o resto da equipe', afirma Irene.
Tarefas acumulandas, prazos estourados e pendências esquecidas são alguns sinais de que a ociosidade está reinando no ambiente de trabalho."
Às vezes identificamos esses comportamentos nas outras pessoas. Caso venha a prjudicar você, procure a pessoa e converse. Se não resolver, comunique à gestão superior. O importante é não deixar que interfira no seu trabalho.
Até mais!
A Autora
Fonte: Artigo publicado por Cláudia Gasparini, no site Exame.com, referente à Ed. Julho da revista Você S/A: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/os-7-pecados-capitais-no-mundo-do-trabalho. Acesso em 20/07/2014.
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